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Inteligência Artificial supera Medicina como curso mais concorrido na UFG

Pela primeira vez, IA lidera ranking de notas de corte no Sisu 2025, refletindo demanda crescente por profissionais da área tecnológica.
Emerson Alves

A Universidade Federal de Goiás (UFG) testemunhou uma mudança histórica no cenário acadêmico com a divulgação dos resultados do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) 2025. Pela primeira vez, o curso de Inteligência Artificial (IA) superou Medicina como o mais concorrido da instituição, alcançando a maior nota de corte entre todas as graduações oferecidas.

Este marco representa uma transformação significativa nas preferências dos estudantes e reflete a crescente importância da tecnologia no mercado de trabalho. O curso de IA registrou uma nota de corte de 811,01 pontos, seguido por Engenharia de Software com 799,89 pontos, relegando Medicina ao terceiro lugar com 798,15 pontos.

A ascensão da IA como curso mais disputado não é um fenômeno isolado. Outros cursos do Instituto de Informática (INF) da UFG também se destacaram entre os mais concorridos, evidenciando uma tendência clara de valorização das áreas tecnológicas. Ciência da Computação ocupou o quarto lugar com 781 pontos, enquanto Sistemas de Informação ficou em sétimo com 760,44 pontos.

Impacto da tecnologia na escolha profissional

O diretor do Instituto de Informática da UFG, Eliomar Araújo, afirma que este resultado reflete o cenário atual da indústria e do setor produtivo. "Cada vez mais o mercado busca profissionais altamente capacitados em tecnologia", destaca. Esta mudança de paradigma na escolha dos cursos mais concorridos sinaliza uma adaptação do ensino superior às demandas do mercado de trabalho contemporâneo.

Estudantes como Thiago Pedroso, que optou pelo curso de IA, reconhecem o potencial da área. "Quando entrei, não tinha essa notoriedade, mas eu já entendia que a IA é uma área do futuro", relata. A visão de longo prazo desses estudantes está alinhada com as projeções de crescimento do setor de tecnologia.

A evolução da procura por cursos de tecnologia na UFG é notável. Em 2023, apenas Engenharia de Software figurava entre os mais concorridos. Já em 2024, três cursos do INF apareciam na lista, ainda abaixo de Medicina. A inversão observada em 2025 marca um ponto de virada na percepção do valor e das oportunidades oferecidas pela formação em tecnologia.

A ascensão da IA como carreira do futuro redefine prioridades na educação superior. (Imagem: Reprodução/Canva)
A ascensão da IA como carreira do futuro redefine prioridades na educação superior. (Imagem: Reprodução/Canva)

Perspectivas para o mercado de trabalho

A preferência por cursos de tecnologia não é apenas uma tendência passageira, mas um reflexo das transformações no mercado de trabalho. Empresas de diversos setores estão investindo pesadamente em soluções baseadas em IA, criando uma demanda crescente por profissionais especializados. Esta realidade se traduz em oportunidades de carreira promissoras para os graduados em IA e áreas correlatas.

Heloisy Pereira, egressa do curso de IA e hoje empreendedora, exemplifica o potencial de aplicação prática desses conhecimentos. Ela desenvolveu soluções que combinam técnicas de IA para monitorar e informar respostas para profissionais de teleatendimento, demonstrando como a tecnologia pode ser aplicada para melhorar processos em diferentes indústrias.

Especialistas apontam que a integração da IA em diversos setores, como saúde, finanças e educação, continuará a expandir, criando um cenário favorável para os profissionais da área. A capacidade de desenvolver e implementar soluções de IA se torna cada vez mais valiosa, à medida que as empresas buscam inovar e se manter competitivas no mercado global.

Desafios e oportunidades para o futuro

Apesar do entusiasmo em torno da IA, existem desafios a serem enfrentados. A rápida evolução da tecnologia exige uma constante atualização dos currículos acadêmicos para garantir que os estudantes estejam preparados para as demandas do mercado. Além disso, questões éticas e de privacidade relacionadas ao uso da IA precisam ser abordadas de forma crítica durante a formação desses profissionais.

A UFG e outras instituições de ensino superior enfrentam o desafio de equilibrar a formação técnica com o desenvolvimento de habilidades críticas e éticas. É essencial que os futuros profissionais de IA não apenas dominem as técnicas, mas também compreendam as implicações sociais e éticas de seu trabalho.

O cenário atual apresenta uma oportunidade única para repensar a educação superior e sua relação com o mercado de trabalho. A ascensão da IA como curso mais concorrido na UFG é um convite para outras instituições refletirem sobre seus currículos e a relevância de seus programas no contexto das rápidas mudanças tecnológicas que moldam o futuro do trabalho e da sociedade.

Emerson Alves
Analista de sistemas com MBA em IA, especialista em inovação e soluções tecnológicas.
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