Publicidade

Apple Intelligence consome 7 GB de espaço em iPhones

Nova atualização da Apple ativa IA por padrão em dispositivos, ocupando 7 GB de armazenamento e gerando debates sobre utilidade e privacidade.
Emerson Alves

A Apple surpreendeu usuários de iPhones, iPads e Macs com sua mais recente atualização de sistema operacional. A novidade traz consigo a ativação automática da plataforma Apple Intelligence, uma ferramenta de inteligência artificial (IA) que promete revolucionar a experiência do usuário. No entanto, essa inovação vem com um custo significativo em termos de armazenamento.

Lançada nas versões iOS 18.3, iPadOS 18.3 e macOS Sequoia 15.3, a atualização marca um passo ousado da gigante de Cupertino em direção à integração profunda de IA em seus dispositivos. A empresa agora exige que os aparelhos tenham pelo menos 7 GB de espaço livre para acomodar os modelos de linguagem e arquivos essenciais para o funcionamento do Apple Intelligence.

Essa mudança representa um aumento substancial no espaço ocupado pela IA, que anteriormente utilizava cerca de 4 GB. Para muitos usuários, especialmente aqueles com dispositivos de menor capacidade de armazenamento, essa exigência pode se tornar um desafio significativo na gestão do espaço disponível em seus aparelhos.

Impacto e funcionalidades do Apple Intelligence

O Apple Intelligence promete trazer uma série de recursos avançados aos dispositivos compatíveis. Entre as funcionalidades destacadas estão a otimização do processamento de imagens nas câmeras, a adaptação do sistema às preferências individuais de uso e até mesmo melhorias na autonomia da bateria através do aprendizado dos hábitos diários do usuário.

Além disso, a plataforma incorpora ferramentas como o Genmoji, para criação de emojis personalizados, o Image Playground, para edição avançada de fotos com IA, e uma integração aprimorada do ChatGPT com a assistente virtual Siri. Essas adições visam tornar a interação com os dispositivos Apple mais intuitiva e personalizada.

No entanto, o aumento significativo no consumo de espaço de armazenamento levanta questões sobre a acessibilidade dessas funcionalidades para usuários com dispositivos de menor capacidade. Para iPhones com 128 GB de armazenamento, por exemplo, o espaço ocupado pelo sistema passou de 3% para 5,5% da capacidade total.

Debate sobre privacidade e utilidade da IA em dispositivos móveis se intensifica. (Imagem: Reprodução/Canva)
Debate sobre privacidade e utilidade da IA em dispositivos móveis se intensifica. (Imagem: Reprodução/Canva)

Desativação e alternativas para usuários

Diante das preocupações com o espaço de armazenamento e possíveis impactos na performance, a Apple oferece a opção de desativar o Apple Intelligence. O processo é relativamente simples e pode ser realizado por qualquer usuário que utilize dispositivos compatíveis, como os modelos iPhone 16, iPhone 15 Pro, iPads com chip A17 Pro ou superior, e Macs com processador M1 ou mais recente.

Para desativar a função em iPhones e iPads, os usuários devem acessar os Ajustes, localizar a seção "Apple Intelligence & Siri" e desmarcar a caixa correspondente. Em Macs, o processo envolve clicar no ícone da Apple no canto superior esquerdo, acessar as Preferências do Sistema e desmarcar a opção na aba "Apple Intelligence & Siri".

É importante notar que, ao desabilitar o Apple Intelligence, os 7 GB ocupados pela plataforma são devolvidos ao usuário, liberando espaço valioso para outras aplicações e conteúdos. Esta opção pode ser particularmente atraente para aqueles que priorizam o armazenamento ou que simplesmente não veem utilidade imediata nas novas funcionalidades de IA oferecidas.

Perspectivas futuras e desafios da IA móvel

O movimento da Apple em direção a uma integração mais profunda de IA em seus dispositivos reflete uma tendência crescente no setor de tecnologia móvel. Analistas preveem que o consumo de armazenamento por sistemas de IA deve aumentar com o tempo, o que pode levar fabricantes a estabelecerem capacidades mínimas de armazenamento mais elevadas em futuros modelos de smartphones.

Essa evolução levanta questões importantes sobre o futuro da computação móvel e o papel da IA na vida cotidiana dos usuários. Enquanto alguns celebram as possibilidades de personalização e eficiência oferecidas por essas tecnologias, outros expressam preocupações sobre privacidade, consumo de recursos e a potencial dependência excessiva de sistemas automatizados.

À medida que a Apple e outras empresas de tecnologia continuam a desenvolver e implementar sistemas de IA mais avançados em dispositivos móveis, o debate sobre o equilíbrio entre inovação, utilidade e respeito à privacidade do usuário certamente se intensificará. O futuro da interação homem-máquina está sendo moldado agora, e cada usuário terá que decidir qual nível de integração de IA está disposto a aceitar em seus dispositivos pessoais.

Emerson Alves
Analista de sistemas com MBA em IA, especialista em inovação e soluções tecnológicas.
Publicidade
Publicidade