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EUA dominam mercado global de data centers com 5 mil unidades

Infraestrutura americana de processamento de dados supera concorrentes, impulsionando avanços em IA e computação em nuvem.
Emerson Alves

Os Estados Unidos consolidam sua posição como líder incontestável no cenário global de data centers, abrigando mais de 5.390 unidades em seu território. Esse número impressionante, revelado por um estudo recente da Cloudscene, destaca a supremacia americana na infraestrutura digital, superando significativamente outros países tecnologicamente avançados.

A concentração massiva de data centers nos EUA não apenas reflete o domínio tecnológico do país, mas também sinaliza um crescimento exponencial na demanda por processamento e armazenamento de dados. Essa expansão é impulsionada principalmente pelo avanço da inteligência artificial, computação em nuvem e serviços digitais cada vez mais sofisticados.

Especialistas apontam que o consumo de eletricidade desses centros de dados mais que dobrou entre 2017 e 2021, evidenciando o papel crucial dessas instalações na economia digital moderna. Gigantes tecnológicos como Amazon, Google, Meta e Microsoft lideram essa expansão, investindo bilhões em infraestrutura para sustentar suas operações globais.

Impacto global e desafios energéticos

A liderança americana no setor de data centers tem implicações profundas para a economia global e a geopolítica da tecnologia. Com 45,6% do total mundial de data centers, os EUA estabelecem padrões para a indústria e influenciam diretamente o desenvolvimento de tecnologias emergentes. Essa concentração de poder computacional reforça a posição do país como epicentro da inovação digital.

Contudo, o crescimento acelerado do setor traz consigo desafios significativos, principalmente no que diz respeito ao consumo energético. Estudos recentes indicam que os data centers são responsáveis por 1 a 1,15% do consumo global de energia, uma porcentagem que tende a aumentar para 3 a 4% até o final da década. Esse aumento substancial levanta questões sobre sustentabilidade e eficiência energética.

A indústria de data centers nos EUA enfrenta agora o desafio de equilibrar a crescente demanda por capacidade computacional com a necessidade urgente de adotar práticas mais sustentáveis. Inovações em refrigeração, como sistemas de resfriamento líquido, e a transição para fontes de energia renovável estão se tornando prioridades para as empresas do setor.

Data centers modernos combinam alta capacidade com eficiência energética para atender à demanda crescente por processamento de dados. (Imagem: Reprodução/Canva)
Data centers modernos combinam alta capacidade com eficiência energética para atender à demanda crescente por processamento de dados. (Imagem: Reprodução/Canva)

Competição global e tendências futuras

Enquanto os EUA mantêm sua liderança, outros países buscam ampliar sua participação no mercado global de data centers. A Alemanha e o Reino Unido ocupam a segunda e terceira posições, com 522 e 512 unidades respectivamente, seguidos pela China com 449 instalações. Essa distribuição global reflete a importância estratégica dos data centers para as economias nacionais e a competição acirrada por supremacia tecnológica.

O futuro do setor aponta para uma expansão ainda mais significativa, impulsionada pela adoção generalizada de tecnologias como 5G, Internet das Coisas (IoT) e computação de borda. Analistas preveem um crescimento anual composto (CAGR) de 13% a 15% nos próximos anos, com investimentos substanciais em infraestrutura de data centers em mercados emergentes.

A evolução dos data centers também está intrinsecamente ligada ao desenvolvimento da inteligência artificial. Com a demanda por processamento de IA aumentando exponencialmente, espera-se que até 2030, a IA represente cerca de 19% da demanda total de energia dos data centers, impulsionando inovações em arquitetura e eficiência energética.

Desafios e oportunidades para o Brasil

No contexto latino-americano, o Brasil emerge como um mercado promissor para data centers. Com uma população de mais de 200 milhões de habitantes e uma economia digital em rápida expansão, o país atrai investimentos significativos no setor. Empresas como Ascenty, Equinix e ODATA estão expandindo sua presença no mercado brasileiro, reconhecendo o potencial de crescimento.

O Brasil enfrenta desafios únicos, incluindo a necessidade de melhorar a infraestrutura de energia e conectividade. No entanto, o país possui vantagens competitivas, como abundância de recursos renováveis para geração de energia limpa. Especialistas projetam um crescimento robusto para o mercado brasileiro de data centers, com estimativas apontando para um CAGR de 13% nos próximos cinco anos.

À medida que o Brasil avança em sua transformação digital, o desenvolvimento de uma infraestrutura robusta de data centers torna-se crucial. Isso não apenas suportará o crescimento econômico, mas também posicionará o país como um hub tecnológico regional, atraindo investimentos e talentos para impulsionar a inovação no setor de tecnologia da informação.

Emerson Alves
Analista de sistemas com MBA em IA, especialista em inovação e soluções tecnológicas.
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